Lixo

Blerrrrrrrrrrrg!!!!
Meu primeiro jato de vômito do dia!
Blaaaaaaaaaaaaaaaaaarg!!!!!
Esse era o meu segundo jato, um dos maiores e mais podres!
Abri os olhos.
A privada estava totalmente nojenta,
cheia das coisas que eu havia comido e bebido na praia horas atrás.
Limpei a boca e me levantei. Botei um pouco de pasta de dentes no dedo e dei uma improvisada.
Pronto!
Nem parecia que eu havia colocado meus intestinos para fora a alguns minutos atrás. Deitei na cama com a barriga para o alto e fechei os olhos.
O universo parecia se comprimir na minha cabeça, eu podia senti-lo, estava borbulhando.
Ouvi algumas vozes lá fora perguntarem sobre mim.
Fingi que estavam falando outra língua.
Naquele momento, não havia lugar melhor para se estar.
Fora de orbita, fora de mim.
É nesses momentos que as merdas que você acha que nunca iria sentir ou pensar vem à tona.
Saudade de pessoas que você nem se importa, ou ao menos acha que não.
Planos para o futuro. Medo dele. Boquetes com anãs. O fim.
Uma nova rajada de vômito chegou na minha garganta. Pude sentir o seu gosto ácido nos lábios. Prendi aquela merda toda  no esôfago.
As vozes continuaram.
Me levantei, fui para o terraço onde meu padrasto bêbado e minha namorada me esperavam.
Ela estava emburrada porque eu havia dito que as trepadas com minha ex eram do caralho.
Que espécie de mundo é esse
 onde te odeiam por falar a verdade
Onde te odeiam por mentir
Onde te odeiam por não falar nada
Ou por falar demais? Puta merda!
Sentei na cadeira do terraço, totalmente fodido e dormi por alguns minutos.
Escutei alguém me perguntar se eu estava bem!
Levantei a cabeça da melhor forma que pude.
Sorri, bebi meu quadragésimo oitavo copo de cerveja do dia
e disse que sim,
Que estava tudo bem!

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