Em pleno século XIX algum poeta já dizia que tudo o que existia de bom no mundo já havia passado.
Byron, Goethe, Novalis e outros tantos grandes gênios escancaravam essa verdade na cara de uma Europa melancólica e traída pela burguesia. Os filhos do continente que desmoronava psicologicamente, nasciam e cresciam pálidos e com uma melancolia fincada nos olhos.
Assim então, vários jovens europeus tiraram suas próprias vidas, acometidos pelo spleen, pelo medo, por desgosto de um futuro seco e incerto.
Nasci no século XX, sobrevivi até o século XXI, e aqui estou: fodido, sóbrio, mais chato do que nunca, esperando um motivo pra forçar um sorriso, ou para querer acordar amanhã.
Miro para essas estrelas no céu escuro, que mais parecem olhos de pena e escárnio a nos observar. Talvez as mesmas estrelas que aqueles poetas contemplaram. Eles devem me ver, de algum lugar, com uns sorrisos cínicos nos lábios.
“Seus putos” – digo-lhes, – ” Black Sabbath? indústria pornô? Bukowski? extasy? Google? cerveja em lata? auxílio desemprego? camisinha extrafina?… Rá! Agora sim, podem falar suas merdas por aí…seus grandes viadões da porra”