Arquivo mensal: junho 2012
Porra!
ELA
O que ela não sabe, é que a mentira foi apenas para ficarmos bem! O que ela não sabe, é que cada porra de mentira foi dita para que nossa união perdurasse até hoje. O que essa vagabunda não sabe, é que eu a amo! Não tanto quanto minha ex, não mais do que minha coleção de livros! Mas a amo, o suficiente para aguentá-la depois de tantas discussões infantis e palavras inúteis. Depois de tanta besteira sobre traição e amor! O que ela não sabe, é que eu deixei o amor louco de lado já faz alguns anos! Já abandonei aquele conto, onde todos ficam felizes para sempre no final, há muito tempo. Em alguns poucos anos, envelheci em balcões de botecos mais sujos do que puteiros no fim do expediente. Aprendi algumas coisas. Desaprendi outras tantas. Caminhei até aqui. Apenas suporto relacionar-me com alguém, desde então, com ajuda da bebida e da adorada solidão. Mas o que essa puta não sabe, é que eu a escolhi entre tantas outras. Posso não lhe dar a paixão que merece, mas lhe dou a trepada merecida. Faço-lhe gemer como uma criança. Faço a mágica brotar do seu corpo. Dedilho cada centímetro da sua boceta como na 5ª sinfonia. Vejo o orgasmo brotar profundamente, da sua alma até o meu cacete. Sua boceta parecendo um rio me dá a certeza de que conduzi bem a nossa ópera. Faço-lhe as promessas que ela deseja escutar. Arquiteto os planos que ela deseja partilhar. Sua merda! Eu sou seu agora! Mas o que você não sabe, é que eu não pertenço a ninguém. Apenas me tome, enquanto você ainda pode. Enquanto você ainda me tem!
Aparelho
01:45 AM
Lixo
XIX, XX…XXI
Em pleno século XIX algum poeta já dizia que tudo o que existia de bom no mundo já havia passado.
Byron, Goethe, Novalis e outros tantos grandes gênios escancaravam essa verdade na cara de uma Europa melancólica e traída pela burguesia. Os filhos do continente que desmoronava psicologicamente, nasciam e cresciam pálidos e com uma melancolia fincada nos olhos.
Assim então, vários jovens europeus tiraram suas próprias vidas, acometidos pelo spleen, pelo medo, por desgosto de um futuro seco e incerto.
Nasci no século XX, sobrevivi até o século XXI, e aqui estou: fodido, sóbrio, mais chato do que nunca, esperando um motivo pra forçar um sorriso, ou para querer acordar amanhã.
Miro para essas estrelas no céu escuro, que mais parecem olhos de pena e escárnio a nos observar. Talvez as mesmas estrelas que aqueles poetas contemplaram. Eles devem me ver, de algum lugar, com uns sorrisos cínicos nos lábios.
“Seus putos” – digo-lhes, – ” Black Sabbath? indústria pornô? Bukowski? extasy? Google? cerveja em lata? auxílio desemprego? camisinha extrafina?… Rá! Agora sim, podem falar suas merdas por aí…seus grandes viadões da porra”
Adis
Tem dias em que você acorda, e apenas deseja que esse dia acabe, e quem sabe, que o próximo seja menos deprimente. O pior, é que até esse dia acabar, você tem que vivê-lo.
Foda é que nesses dias, nem sexo, nem comédias idiotas, nem a porra do seu cachorro e nem a cerveja trazem alguma sensação, seja ela boa ou ruim. A única coisa que se sente é uma indiferença infinita com o restante das coisas…do mundo.
E você se pergunta o porquê de tanta merda.
E você se sente como um saco cheio de coisas impotentes, até esse dia acabar.
Sorrateiros. Fulminantes. Desesperadores. Esses dias quebram minha alma, e se vão como ondas do mar. O bom, é que normalmente eles chegam somente às vezes, poucas vezes.
O problema, é que ultimamente, cada dia da minha vida, está sendo um desses.